Carlos Ayres Brito (Propriá)
Estamos ante um poeta marcado profundamente pelo direito como ministro, como advogado, como professor. Esse primeiro pequeno poema fala das dificuldades do sistema que domina o mundo para encaixar aceitavelmente no moral.
Neoliberalismo
A onda neoliberal É uma outra visão: Pra cada regra moral Há um monte de exceção.
Wall Street Bull, Carol M. Highsmith
Quanto mais democracia, menos lucro para o andar de cima, pois a democracia é alimentada por direitos para todos os nascidos. A onda neoliberal é demasiado corrosiva; só funciona no marco moral da democracia, com exceções.
No trabalho que segue, o poeta esquece do direito, e, com todo direito, pinta um quadro sobre um lenço platônico.
A eternidade e o tempo
Da flor da eternidade
Cai uma pétala a cada instante
E também a cada instante
Uma outra toma o lugar
Da que partiu
Cada pétala que se vai
E o tempo,
Cuja natureza é passar. Cada pétala que vem, A eternidade, Cuja natureza é ficar.
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