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Fases da Deusa

Por: Sônia Mellone

Trabalhando simultaneamente com arte figurativa e abstrata, o trabalho de Sônia Mellone tem como suporte o papel de diversas gramaturas, em que a artista faz experimentos com a simetria maleável da sua superfície. Obras compostas por camadas densamente cortadas à mão, ou que vai do pontilhismo ao desenho livre, explorando potencialmente as tendências artísticas que mais se identifica, assim Mellone pode ser inserida em qualquer movimento.

 

Suas obras retratam momentos carregados que evocam estados alterados de consciência. Inspirado por uma variedade de fontes, incluindo poesia, música, música-poesia, cinematografia, escultura colombiana, literatura, flora, temas de ambiguidade e ornamentação de Mellone, o sinistro e o fantástico, resultam em paisagens ricas em alegóricas imagens.

 

Que segundo a artista “O desenho vem como um lembrete e busca para acessar as emoções, de sentir o que surgir sem ignorar. É sobre equilibrar a razão e a emoção. (...) canalizar tudo isso na arte, no desenho, nas escolhas das cores ou grafite. A arte evidencia o que está acontecendo dentro do artista.”

 

Essa afirmação simboliza a preocupação que Mellone tem com seu trabalho, o desenho e a cor são usados para despertar emoções, no qual a poesia e a música podem determinar a distribuição do traço e da cor sobre o papel.

 

O interesse pela música é uma influência em sua arte. Obras como Encontro das Águas (2020) e Rosto de Mulher Tuaregue (2021), foram pensadas em torno das estruturas musicas de Roberto Mendes e da banda Tinariwen. Trazendo um ritmo fundamental para Mellone que é a repetição e o equilíbrio que se apresenta regularmente e irregularmente sobre seu trabalho, linhas uniformes que vão compondo formas irregulares em que o olhar vai percorrendo toda a superfície do papel.

Fernanda Kolming

Pesquisadora e Curadora

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