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A ressurreição e o bombardeio

Foto do escritor: Luca PiñeyroLuca Piñeyro

Atualizado: 26 de jun. de 2021

A lenda indica que a pequena comuna de Sansepolcro foi fundada pelos santos Arcano e Egídio, ao retornar de Jerusalém com uma pedra do santo sepulcro. A meados do século XV, em homenagem a sua aldeia natal, Piero dela Francesca -renomado matemático e estudioso da perspectiva- pintaria o mural Ressurreição.

Fonte: Wikipédia


Na cena, Cristo acaba de ressuscitar. Os soldados que deveriam custodiar seu túmulo dormem ainda e usam roupas dos tempos de Piero. Cristo se vê triunfal, sarado, com um pé firme sobre seu próprio túmulo, portando uma bandeira do partido guelfo, ao qual pertencia o pintor. É ao mesmo tempo a evocação de um episódio sagrado e propaganda política dos tempos do pintor. Da esquerda à direita, as árvores marcam a passagem do inverno à primavera ou da morte para a vida.


Fonte: Twitter


Durante a II Guerra Mundial, as tropas inglesas chegaram nas imediações de Sansepolcro com a ordem de bombardear a aldeia. O comandante, amante das artes, sabia que essa pequena vila albergava uma das joias da Renascença e temia destruí-la. Por essa razão, adiou tanto quanto foi possível o ataque.

E a estratégia deu certo. Nesse meio termo, os alemães abandonaram a posição e as tropas inglesas entraram sem necessidade de gastar artilharia. A Ressurreição, pintada 500 anos antes, funcionaria como escudo protetor do vilarejo.

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